quinta-feira, 29 de março de 2012

Professora evangélica prega em aula e aluno sofre bullying na escola




Adolescente de 15 anos passou a ser vítima de bullying e intolerância religiosa como resultado de pregação evangélica realizada pela professora de História Roseli Tadeu Tavares de Santana. Aluno do 2º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Antonio Caputo, no Riacho Grande, em São Bernardo, o garoto começou a ter falta de apetite, problemas na fala e tiques nervosos.

Ele passou a ser alvo de colegas de classe porque é praticante de candomblé e não queria participar das pregações da professora, que faz um ritual antes de começar cada aula: tira uma Bíblia e faz 20 minutos de pregação evangélica aos alunos. O adolescente, que no ano passado começou a ter aulas com ela, ficava constrangido. Seu pai, o aposentado Sebastião da Silveira, 64 anos, é sacerdote de cultos afros. Neste ano, por não concordar com a pregação, decidiu não imitar os colegas. Eles perceberam e sua vida mudou.

Desde janeiro, ele sofre ataques. Primeiro, uma bola de papel lhe atingiu as costas. Depois, ofensas graves aos pais, que resolveram agir. "Ficamos abalados", disse Silveira. "A própria escola não deu garantias de que meu filho terá segurança."

O garoto estuda na unidade desde a 5ª série. Poucos sabiam de sua crença. E quem descobria se afastava.Da professora, ouviu que pregação religiosa fazia parte do seu método. Roseli não quis comentar sobre o caso.

A Secretaria Estadual da Educação promete que a Diretoria de Ensino de São Bernardo irá apurar a história e reconhece que pregar religião é proibido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Na escola, os alunos reclamam da prática. "Não aprendi nada com ela. Só que teria de ter a mesma religião que ela", disse um menino de 16 anos.

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Conhecimento Científico


 
O conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda "forma de existência que se manifesta de algum modo" (Trujillo, 1974:14).

Constitui um conhecimento contingente, pois suas preposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.

É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.

 
Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.

Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente. 

(Lakatos, Eva M. e Marconi, Marina A., "Metodologia Científica", Editora Atlas S.A., São Paulo SP. 1991, p.17)


"A investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos existentes, originários quer das crenças do senso comum, das religiões ou da mitologia, quer das teorias filosóficas ou científicas, são insuficientes e imponentes para explicar os problemas e as dúvidas que surgem". (p. 30)

"Nesse sentido, iniciar uma investigação científica é reconhecer a crise de um conhecimento já existente e tentar modificá-lo, ampliá-lo ou substituí-lo, criando um novo que responda à pergunta existente". (p. 30)

"O conhecimento científico, na sua pretensão de construir uma resposta segura para responder às dúvidas existentes, propõe-se atingir dois ideais: o ideal da racionalidade e o ideal da objetividade". (p. 30)

 

"O ideal da racionalidade está em atingir uma sistematização coerente do conhecimento presente em todas as suas leis e teorias. (...) A ciência, no momento em que sistematiza as diferentes teorias, procura uni-las estabelecendo relações entre um e outro enunciado, entre uma e outra lei, entre uma e outra teoria, entre um e outro campo da ciência, de forma tal que se possa, através dessa visão global, perceber as possíveis inconsistências e corrigi-las". (p. 31)

 


"Essa verificação da coerência lógica entre os enunciados, ou entre teorias e leis, é um dos mecanismos que fornece um dos padrões de aceitação ou rejeição de uma teoria pela comunidade científica: os padrões da verdade sintática. Os enunciados científicos devem ser isentos de ambigüidade e de contradição lógica. É uma das condições necessárias, embora não suficiente". (p. 31)

"O ideal da objetividade, por sua vez, pretende que as teorias científicas, como modelos teóricos representativos da realidade, sejam construções conceituais que representam com fidelidade o mundo real, que contenham imagens dessa realidade que sejam "verdadeiras", evidentes, impessoais, passíveis de serem submetidas a testes experimentais e aceitas pela comunidade científica como provadas em sua veracidade. Esse é o mecanismo utilizado para avaliar a verdade semântica". (p. 32)

"A ciência exige o confronto da teoria com os dados empíricos, exige a verdade semântica, como um dos mecanismo utilizados para justificar a aceitabilidade de uma teoria. Esse fator, por si só, porém, não garante a objetividade do conhecimento científico. Apesar de a ciência trabalhar com dados, provas factuais, ela não fica isenta de erros na interpretação dessas provas. Por mais que se esforce, o cientista, o investigador, estará sendo sempre influenciado por uma ideologia, por uma visão de mundo, pela sua formação, pelos elementos culturais e pela época em que vive. (p. 32)

" Ao contrário do senso comum, portanto, o conhecimento científico não aceita a opinião ou o sentimento de convicção como fundamento para justificar a aceitação de uma afirmação. Requer a possibilidade de testes experimentais e da avaliação de seus resultados poder ser feita de forma intersubjetiva". (p. 32)

 

 

 

"Ao contrário do que costuma acontecer no senso comum, a linguagem do conhecimento científico utiliza enunciados e conceitos com significados bem específicos e determinados. A significação dos conceitos é definida à luz das teorias que servem de marcos teóricos da investigação, proporcionando-lhes, desta forma, um sentido unívoco, consensual e universal. A definição dos conceitos, elaborada à luz das teorias, transforma-os em construtos, isto é, em conceitos que têm uma significação unívoca convencionalmente construída e dessa forma universalmente aceita pela comunidade científica". (p. 33)
"Os conhecimentos de hoje se sustentam, em grande parte, no aperfeiçoamento, na correção, expansão ou substituição dos conhecimentos do passado". (p. 36)

"O que distingue o conhecimento científico dos outros, principalmente do senso comum, não é o assunto, o tema ou o problema. O que distingue é a forma especial que adota para investigar os problemas. Ambos podem ter o mesmo objeto de conhecimento. A atitude, a postura científica consiste em não dogmatizar os resultados das pesquisas, mas tratá-los como eternas hipóteses que necessitam de constante investigação e revisão crítica intersubjetiva é que torna um conhecimento objetivo e científico. Ter espírito científico é estar exercendo esta constante crítica e criatividade em busca permanente da verdade, propondo novas e audaciosas hipóteses e teorias e expondo-as à critica intersubjetiva. O oposto ao espírito científico é o dogmático, que impede a crítica por se julgar auto-suficiente e clarividente na sua compreensão da realidade. O conhecimento científico é, pois, o que é construído através de procedimentos que denotem atitude científica e que, por proporcionar condições de experimentação de suas hipóteses de forma sistemática, controlada e objetiva e ser exposto à crítica intersubjetiva, oferece maior segurança e confiabilidade nos seus resultados e maior consciência dos limites de validade de suas teorias". (p. 37)

Exemplo de conhecimento científico: "Os planetas giram em torno do Sol em órbitas elipticas, com o Sol ocupando um de seus focos."   


Contatos sociais ( Tipos)





Podemos definir contatos sociais como as formas que os indivíduos estabelecem as relações sociais e as associações humanas. Uma conversa entre duas pessoas, um aperto de mão, um “bom-dia” ou uma consulta médica são exemplos de contatos sociais, que em função deles, irão surgir as relações sociais e os graus de intensidade dessas relações. 

Evidentemente, as relações estabelecidas entre duas pessoas que se encontram em um lugar para conversar serão muito mais intensas do que aquelas resultantes da conversa entre um médico e um paciente em uma consulta médica. Portanto, existem diferentes tipos de contatos sociais. 

Os contatos sociais primários se caracterizam por serem pessoais, diretos e com uma forte influência emotiva. Estes são os primeiros tipos de contatos que as pessoas estabelecem, originados das relações entre pais e filhos, irmãos, amigos, etc. 
Os contatos sociais secundários se diferenciam dos primários pelo fato de serem calculados, racionais e sem influências emotivas. Quando alguém vai comprar pão, por exemplo, a pessoa já sabe que vai haver um vendedor ali e que terá que se comunicar com ele. Essa comunicação, extremamente racional, breve, calculada e sem nenhuma carga emocional é classificada como um contato social secundário. 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Recursos naturais




Recursos naturais são elementos da natureza com utilidade para o Homem, com o objetivo do desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Podem ser renováveis, como a energia do Sol e do vento. Já a água, o solo e as árvores que estão sendo considerados limitados, são chamados de potencialmente renováveis. E ainda não renováveis, como o petróleo e minérios em geral. 

Os recursos naturais são componentes, materiais ou não, da paisagem geográfica, mas que ainda não tenham sofrido importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria gênese é independente do Homem, mas aos quais lhes foram atribuídos, historicamente, valores econômicos, sociais e culturais. Portanto, só podem ser compreendidos a partir da relação homem-natureza. Os recursos naturais são muito importantes para o Mundo. 

O termo surgiu pela primeira vez na década 1970, por E.F. Schumacher no seu livro intitulado Small is Beautiful. 

Nem todos os recursos que a natureza oferece ao ser humano podem ser aproveitados em seu estado natural. Quase sempre o ser humano precisa trabalhar para transformar os recursos naturais em bens capazes de satisfazer alguma necessidade humana. Os recursos hídricos, por exemplo, têm de ser armazenados e canalizados, quer para consumo humano directo, para irrigação, ou para geração de energia hidrelétrica. 

Os recursos podem ser: 

Renováveis: elementos naturais que usados da forma correta podem se renover. Exemplos: animais, vegetação, água. 
Não-renováveis: São aqueles que de maneira alguma não se renovam, ou demoram muito tempo para se transformar. Exemplos: petróleo, ferro, ouro. 
Inesgotaveis: Recursos que não se acabam, como o Sol e o vento. 

Frequentemente são classificados como recursos renováveis e não-renováveis, quando se tem em conta o tempo necessário para que se dê a sua reposição. Os não-renováveis incluem substâncias que não podem ser recuperadas em um curto período de tempo, como por exemplo, o petróleo e minérios em geral. Os renováveis são aqueles que podem se renovar ou serem recuperados, com ou sem interferência humana, como as florestas, luz solar, ventos e a água. 

Também podem ser classificados de energéticos e não energéticos, se atendermos à sua capacidade de produzir energia. Os carvões e o petróleo são recursos naturais energéticos. Por vezes a água é também considerada um recurso energético, pois as barragens transformam a força da água em energia. 

A maioria dos minerais são recursos não energéticos, com exceção do volfrâmio, o urânio e o plutônio por se tratarem de substâncias radioactivas e usadas para a geração de energia. 

Se, por um lado, os recursos naturais ocorrem e distribuem-se segundo uma combinação de processos naturais, por outro, sua apropriação ocorre segundo valores humanos. Além da demanda, da ocorrência e de meios técnicos, a apropriação dos recursos naturais pode depender também de questões geopolíticas, sobretudo, quando se caracterizam como estratégicos, envolvendo disputa entre povos. 

Estes assuntos são estudados em disciplinas de alguns cursos como Engenharia ambiental ou de Tecnólogo em gestão ambiental. Devido aos grandes problemas que envolvem o saneamento básico e os recursos hídricos, muitas disciplinas dos cursos de gestão ambiental são comuns aos Cursos de Engenharia sanitária e de Engenharia hidráulica.







sábado, 10 de março de 2012

Contatos sociais



Falando sobre contatos sociais, qual o tipo de contato representa a figura acima? Se respondeu secundário, parabéns. Agora click na foto e leia a matéria sugerida.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O enigma de Kaspar Hauser (1974) - trailer oficial - 6 ano

O Conhecimento Popular - 7 ano

O conhecimento popular caracteriza-se por ser predominantemente:
  • Superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi", "porque o senti", "porque o disseram", "porque todo mundo diz";
  • Sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária";
  • Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os que adquire por vivência própria quanto os "por ouvir dizer";
  • Assistemático, pois esta "organização" de experiências não visa a uma sistematização das idéias, nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las;
  • Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica.
(Lakatos, Eva M. e Marconi, Marina A., "Metodologia Científica", Editora Atlas S.A., São Paulo SP. 1991, p.13)

"O conhecimento do senso comum [ou conhecimento popular], sendo resultado da necessidade de resolver os problemas diários não é, portanto, antecipadamente programado ou planejado. À medida que a vida vai acontecendo ele se desenvolve, seguindo a ordem natural dos acontecimentos. Nele, há uma tendência de manter o sujeito que o elabora como um espectador passivo da realidade, atropelado pelos fatos. Por isso, o conhecimento do senso comum caracteriza-se por ser elaborado de forma espontânea e instintiva". (p. 24)
"Esses conhecimentos, pelo fato de darem certo, transformam-se em convicções, em crenças que são repassadas de um indivíduo para o outro e de uma geração para a outra". "Sabem que 'faz bem', mas não sabem por quê". (p. 25)

"O conhecimento do senso comum tem uma objetividade muito superficial e limitada por estar demasiadamente preso a vivência, à ação e à percepção orientadas palo interesse prático imediatista e pelas crenças pessoais. Os aspectos da realidade ou dos fatos que não se enquadram dentro desse enfoque de interesse utilitário, geralmente são excluídos,ocasionando uma visão fragmentada e, algumas vezes, distorcida dessa realidade". (p.25)
"No senso comum, a revisão e a crítica destas crenças acontecem apenas quando "evidências espontâneas proporcionam uma correção da interpretação anterior, permanecendo acrítico enquanto tal não ocorrer (Bunge, 1986, p. 20)". (p. 25)
"O motivo mais sério, portanto, que faz com que o conhecimento do senso comum se torne subjetivo e inseguro, é essa incapacidade de se submeter a uma crítica sistemática e isenta de interpretações sustentadas apenas nas crenças pessoais". (p. 25)
"A linguagem utilizada no conhecimento do senso comum contém termos e conceitos vagos, que não delimitam a classe de coisas, idéias ou eventos designados e não designados por eles, ou o que é incluído ou excluído na sua significação. Os termos são utilizados por diferentes sujeitos sem haver previamente uma definição clara e consensual que especifique as condições desse uso". (p. 26)
"A significação dos termos fica dependente do uso em um dado momento ou contexto, do nível cultural e da intenção significativa de quem os utiliza". (p. 26)

"O poder da revisão e de crítica objetiva do senso comum, portanto, é muito fraco, contribuindo para elevar a sua dependência das crenças e convicções pessoais, restringindo-o a uma subjetividade significativa. Por isso, pelo baixo poder de crítica que dificulta a localização de possíveis falhas, as crenças do senso comum são aceitas por longos períodos de tempo e apresentam uma durabilidade e estabilidade muitas vezes superior à da própria ciência". (p.27)


"O conhecimento do senso comum é útil, eficaz e correto quando as informações acumuladas pela tradição aplicam-se ao mesmo tipo de fatos que se repetem e se transformam em rotina e quando as condições e fatores determinantes desses fatos foram constantes". (p. 28)
"Se analisarmos os enunciados do conhecimento do senso comum, verificaremos que se referem à experiência imediata sofre fatos ou fenômenos observados. Esse tipo de conhecimento possui grandes limitações. Por ser vivencial, preso a convicções pessoais e desenvolvido de forma espontânea, torna-se na maioria das vezes impreciso ou até mesmo incoerente. Gera crenças arbitrárias com uma pluralidade de interpretações para a multiplicidade dos fenômenos. Essa pluralidade é fruto do viés utilitarista e imediatista, voltado para assuntos e fatos de interesse prático e com validade aplicável somente às áreas de experiência rotineira. O conhecimento do senso comumnão proporciona uma visão global e unitária da interpretação dos fenômenos. É um conhecimento fragmentado, voltado à solução dos interesses pessoais, limitado às convicções subjetivas, com um baixo poder de crítica e, por isso, com tendências a ser dogmático. Apesar da grande utilidade que apresenta na solução dos problemas diários ligados à sobrevivência humana, ele mantém o homem como espectador demasiadamente passivo da realidade, com um baixo poder de interferência e controle dos fenômenos". (p. 28)
(Köche, José C. "Fundamentos de Metodologia Científica", Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1997)
Exemplo de conhecimento popular:
"Ouvi dizer que as verduras crescem mais quando plantadas sob lua


http://www.inf.ufsc.br/~cancian/ciencia/ciencia_conhecimento_popular.html